Olá a todos. Estou aqui postando hoje para compartilhar com nossos leitores uma música que me chama muito a atenção e mostra-nos um lado mais flexível de interpretar a Deus e até mesmo as coisas advindas dele. Trata-se de Gita, música de Raul Seixas. Ela pretende conceituar Deus e não necessariamente colocar um ponto final no assunto, mas sim adicionar mais conteúdo à sua idealização (ligada a perfeição). Não creio que Ele seja um ser personificado, nem mesmo quero chegar ao ponto de idolatrá-lo cegamente, clamando-lhe em voz e alta e sendo um devoto na arte de freqüentar a igreja. Pretendo somente conhecê-lo, seja como for (leitura, conceito, pesquisa, estudo), mas não imaginar algo que não posso tocar nem mesmo sentir espiritualmente (algo meio ilógico não?). Somente conhecer e me tornar uma pessoa melhor, sem agressões a outras crenças.
Na próxima postagem pretendo comentar a música God (John Lennon), que trata do mesmo assunto.
Na próxima postagem pretendo comentar a música God (John Lennon), que trata do mesmo assunto.
Aqui está a análise da genial obra de Raul:
Gita é uma canção composta por Raul Seixas e Paulo Coelho que faz alusão a um dos textos sagrados da cultura Védica (originaria da Ásia menor) o “Bhagavad-Gitā”. Essa canção, faixa-título do quarto disco de Raul, que ainda por cima ganhou disco de ouro, é considerada uma obra de arte na opinião dos admiradores de Raul Seixas, e ocupou o décimo segundo lugar nas paradas de sucesso de 1974, ano de seu lançamento. A canção fora gravada posteriormente por Maria Bethânia (em show antológico com Chico Buarque de Holanda), RPM e Rita Lee.
Segundo a história, viveu na Índia entre os séculos XV e XVI, Arjuna (um amigo e devoto de Kŗşņa). Numa guerra Arjuna se viu obrigado a lutar contra membros de sua própria família. Diante de tal impasse, Arjuna rogou pela ajuda de Kŗşņa* (ou Krishna), e esse em consideração à fidelidade de Arjuna mostrou a ele sua verdadeira forma* e aconselhou-o, no campo de batalha, recitando o”Bhagavad-Gitā”. (*)Na cultura Védica acredita-se que a divindade possua três formas; Kŗşņa seria a forma materializada de Deus.
Gita, segundo o próprio Raul, inclusive, trata-se do contato do homem com Deus, sendo Deus não necessariamente Jeová, mas qualquer outra divindade.
Refere-se ao homem ao questionar a existência de Deus por ele nunca se manifestar.
E, essa música conta que, apesar de Deus não se manifestar ele é e está em tudo e todos.
E, essa música conta que, apesar de Deus não se manifestar ele é e está em tudo e todos.
A música ainda integra Deus e o Demônio, visto Raul seguir os ensinamentos de Aleister Crowley, um mago que acreditava no amor (magick) e no equilíbrio do universo. Em outras letras do Raul ele comenta que Deus e o Diabo são a mesma entidade.
Além do mais quem procurar pela bíblia do hinduísmo, vai encontrar trechos muito semelhantes à letra de Gita que fala sobre seu Deus.
A própria letra de Gita, fala sobre a questão de Aleister Crowley, do equilíbrio do universo, “o blefe do jogador” e “juras de maldição” confirmam que o bem e mal são um só elemento.
Então pode até ser que Raul fale com o Demônio, mas a letra é muito mais profunda que uma seita satanista, ou ritual.
Então pode até ser que Raul fale com o Demônio, mas a letra é muito mais profunda que uma seita satanista, ou ritual.
A letra
Gita
Raul Seixas
“Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando”,“Foi justamente num sonho que ele me falou”
Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado
Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar
Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o medo de amar
Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou eu fui eu vou
Eu sou o seu sacrifício
A placa de contra-mão
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição
Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada
Por que você me pergunta
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra,
Do fogo, da água, do ar
Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou
Mas
Das telhas eu sou o telhado
A pesca do pescador
A letra A tem meu nome
Dos sonhos eu sou o amor
Eu sou a dona de casa
Nos pegues pagues do mundo
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso, largo, profundo
Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão
Mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai, o avô
O filho que ainda não veio,
O início, o fim, e o meio
O início, o fim, e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio
Muito bom heim, da pra ver que você pesquisou bastante sobre o assunto, assim ficando intendido.
ResponderExcluirFico bem explicado a letra de "Gita", inclusive ele afirma algo parecido em uma entrevista. Em contraditoriedade o sábio raul dizia que nada se explica, mas todos explicam.